sexta-feira, 3 de abril de 2009

Resumo do vídeo Lev Vygotsky
Texto e apresentação: Marta Kohl de Oliveira


Nascido em 17 de novembro de 1896 e falecido em 11 de junho de 1934, Lev Semionovish Vygotsky, formado em direito, era também professor e pesquisador. Contemporâneo de Piaget, este bielo-russo com mais de duzentos trabalhos científicos, elaborou sua teoria sócio-interatista e construtista com temas que vão desde a neuropsicologia até a crítica literária, valorizando a orientação pedagógica através da interação do sujeito com o meio.

As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, têm nele sua base biológica. Estas concepções idealizam funções como linguagem e memória, que são construídas ao longo da história social do homem e sua relação com o mundo.

Autor interacionista, Vygotsky, definiu o funcionamento psicológico em Planos genéticos de desenvolvimento, onde nem o ser nasce, em sua totalidade, com suas funções psicológicas, nem estas vêm prontas ao ente como um “pacote”. Surgem assim as quatro entradas que caracterizam o desenvolvimento psicológico: a filogênese, que é a história da espécie animal, a ontogênese, bastante ligada à primeira (pois ambas têm natureza biológica), mas que se refere a história do indivíduo, a sociogênese, que é a história cultural onde esse indivíduo está inserido, e por fim, a microgênese, que trata dos aspectos microscópicos (não micro como pequeno, mas como foco bem definido), onde cada fato constitui sua própria história.

Uma idéia central nas concepções de Vygotsky é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado. O conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, mas pela mediação feita por outro sujeito. Para este pesquisador a linguagem simbólica tem um papel similar aos instrumentos. Tanto os instrumentos de trabalho como os signos são construções da mente humana que estabelecem relação entre o homem e a realidade.

O autor enfatiza a língua como principal meio de representação simbólica que o ser humano dispõe, tendo esta duas funções básicas: a comunicação e o pensamento generalizante.

Segundo o pesquisador existem dois níveis de desenvolvimento: um real, que diz o que a criança é capaz de fazer, e um potencial, que é a capacidade de aprender com outra pessoa. Decorre então o desenvolvimento proximal que é a distancia entre os dois níveis de desenvolvimento.

Vygotsky teve contato com a obra de Piaget, obra esta criticada e elogiada simultaneamente. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico-cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Daí o rótulo de Vygotsky como sócio-interacionista e não apenas interacionista como Piaget. Mas ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual.

site:http://recantodasletras.uol.com.br/autores.php


Tornar o aluno um poliglota na própria língua: desafio para o professor de língua materna?



Falar bonito é comunicar-se bem



Apesar dos crescentes estudos a respeito do ensino da Língua Portuguesa em nosso país de uma forma mais objetiva e criativa, infelizmente muito ainda se tem falado, entre professores (falo daqueles que não se desprendem de seu mundinho comodista e, por vezes, até insolente), a respeito do modo “inadequado” como seus alunos se comunicam, atualmente, tanto na linguagem oral quanto na escrita.

Porém, quando se fala em inadequado, será que esse termo está sendo bem aplicado ou está sendo utilizado apenas para sublinearmente criticar a linguagem popular? O que realmente significa inadequado? Segundo os dicionários, o termo refere-se àquilo que é impróprio. E não seria impróprio que uma criança ou um adolescente se comunicasse com uma linguagem que nada tem a ver com seu ambiente familiar e social? A linguagem que uma criança aprende antes de entrar na escola não tem lhe servido, então, como base de sua comunicação?

Uma vez na escola, a criança é ensinada que deve expressar-se por meio da chamada norma culta e seus conceitos lhe são apresentados. Porém, dificilmente ela é ensinada a valorizar sua própria expressão – carregada de sua história e de sua cultura pessoal. Pelo contrário: é orientada a esquecê-la e substituí-la por outra, imposta como mais bonita e correta.

Ora, educar envolve necessariamente destruir para construir? Muitas vezes, envolve destruir da mente do professor certos conceitos estereotipados do que é certo e do que é errado, para que ele possa aprender a amalgamar o que tem a ensinar com o que tem a aprender com seus alunos, respeitando-os como indivíduos, sujeitos de suas idéias e expressões.

Além disso, um professor que se limita a ensinar normas – e não ensina como, quando e onde as utilizar – não está cumprindo seu papel de educador, não está auxiliando no preparo desse aluno para a vida prática. Atualmente, enfatiza-se muito a diferença entre eficiência, eficácia e efetividade, termos muito ligados à idéia de bem perceber o “como, quando e onde”. Enquanto ser eficiente é apenas fazer as coisas de maneira correta, ser eficaz refere-se a fazer a coisa certa, do modo certo, na hora e no lugar devidos, alcançando-se um resultado; já o conceito de efetividade está ligado à transformação decorrente da eficácia, de forma a gerar impacto social positivo.

Disso se pode concluir que, para que uma pessoa possa ser eficaz em sua comunicação, necessita alcançar o objetivo que essa palavra sugere: comunicar-se. E cabe ao professor orientar seu aluno para que saiba ser eficiente e eficaz, falando e escrevendo de forma adequada aos diversos contextos e situações em que se insere, a fim de alcançar efetividade em sua cidadania, transformando-se em um “poliglota em sua própria língua”, expressão bastante utilizada entre os lingüistas e cristalizada no livro “Gramática: opressão ou liberdade”, do conceituado lingüista Evanildo Bechara.

Vivemos em uma sociedade extremamente fragmentada, e essa fragmentação se reflete também na educação, que se vê cada dia mais subdividida em disciplinas. Se o professor responsável por cada uma dessas disciplinas se preocupar em orientar seu aluno na intersecção desses mundos por meio da comunicação, estará lhe mostrando que ser poliglota não é, necessariamente, falar diferentes idiomas para globalizar-se, mas falar seu próprio idioma de forma criativa e rica, visto que convive com pessoas das mais diferentes classes sociais e estilos de vida, em diversas – e até adversas – circunstâncias.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––Esther Alcântara––––

ESTHER OLIVEIRA ALCÂNTARA – TURMA A
COGEAE/PUC-SP - LÍNGUA PORTUGUESA
DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO DISSERTATIVO
PROF. DRA. Nancy Casagrande

fonte site: http://recantodasletras.uol.com.br



A IDADE DAS ILUSÕES-VINTE E CINCO ANOS


Vencida grande etapa duma vida,

Ilusões tantas que ficaram para trás,

Nasce nova mente, mais polida,

Temperada, emergente, eficaz.

Embalada pelos sonhos já vividos,

Encerra o belo que o tempo não desfaz.

Cumpre aproveitar sábias lições,

Içar com garra a bandeira do trabalho,

Navegar firme para o mar das ambições,

Coordenar o seu ego sem receio,

Obtendo o sumo das melhores aptidões.

Apesar da idade do vigor,

Não esquecer que o Inverno vem.

Optemos por tentar ser o melhor,

Seguindo o saber que o mundo tem.


J D Lima Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 03/04/2009Código do texto: T1520595
O marketing e a crise

Seja protagonista de sua "fábula moderna". O marketing, tal como a formiga que inovou e atuou, poderá vencer a crise - Por Rafael Villas Bôas

Começamos este artigo, que tem nome de "fábula" (daquelas como A Cigarra e a Formiga), tratando de dois animais modernos da gestão educacional: o marketing e a crise.
Primeiro, um breve panorama sobre a crise: há anos vem sendo discutida uma pretensa crise entre as instituições de ensino superior privadas. Lidávamos, na realidade, com uma mudança de paradigma, onde, de fato, existia uma "crise" para alguns modelos de negócio e gestão, mas, em outro sentido, vinha um oceano azul para ser navegado por organizações mais profissionalizadas.
Fechados em nosso mundo, sequer bebemos adequadamente do boom do crédito em nosso país, que explodiu as vendas de carros, casas, lap tops, celulares e dezenas de outros bens de consumo. Não bebemos dessa água cuja fonte parece ter, no curto prazo, secado.
Estivemos tão perto e ao mesmo tempo estávamos tão longe de oferecer a "formação em quatro anos, financiada em oito ou dez anos". Esse produto existe, é fato, mas ainda não é democratizado, no nível que necessitávamos e estivemos perto de alcançar.Ocorre que nossa micro-crise, quase um dilema de identidade para instituições de ensino superior tradicionais que enfrentavam um mundo novo de tecnologias e cultura, agora encontra-se inserida num contexto caótico. Se no passado a inadimplência foi um problema a ser enfrentado, tal como a evasão, o emprego crescia assim como a economia de forma geral. No balanço geral as coisas iam bem.
O que nós teremos pela frente é um cenário mais complexo, que demandará intervenções agressivas para mantermos a cabeça fora d´água. Em todas as áreas e no setor de marketing, especificamente.
Nesse passado recente "pré sub primes", a mudança de foco da comunicação e a orientação para a construção de uma marca eram opções a serem estudadas. Agora são artigos de primeira necessidade. Boias de salvação das campanhas de vestibular 2010. Os canais de comunicação tradicionais precisam ser repensados imediatamente em busca da relação de custo-benefício. Forças tarefas de marketing precisam ser criadas para solucionar, com redução de investimento, os problemas clássicos e perenes de queda de matrículas e aumento de evasão.
Quando chegar o momento de decidir sobre a próxima campanha publicitária, sua agência de comunicação dirá: "a hora de aumentar o investimento em propaganda é agora!"
Esse aumento poderá, até mesmo, trazer uma mudança em seus números, com o encarecimento do custo-prospecção de cada novo aluno. Mas essa solução é paliativa, podendo curar os sintomas, mas não a doença. Como o antibiótico, poderá inclusive dissuadi-lo da ideia de que os problemas são estruturais e demandam um planejamento de marketing orientado. É hora de retomar as projeções de cenário e encontrar aquele "worst case". Lembrar das soluções que havíamos projetado para o pior contexto e implementá-las.
Ou você achava que suas curvas de crescimento ascenderiam ao infinito? Lembre-se das lições de moral e seja protagonista de sua "fábula moderna". O bicho marketing, tal como a formiga que inovou e atuou, poderá vencer a crise. O inverno no qual as cigarras, que se deixavam seduzir pelo som da própria voz, pela beleza da forma no lugar do resultado do trabalho, morreram.


Rafael Villas Bôas é diretor de marketing e vendas da Intercâmbio Global e autor do livro The Campus Experience - Marketing para Instituições de Ensino/Ed. Summus, 2008.

fonte site:

http://www.semesp.org.br/portal/index.php